Christian Dada une Tóquio e Paris

Em mais uma rota por Paris, a Christian Dada mostra um espetáculo de tricôs, prints, fluidez e muita desconstrução. Os tecidos nobres tem o acabamento cortado a fio e contrastam lindamente com os bordados ricos. As mangas do blazer são encurtadas e as das camisas, mais largas. Nada segue uma ordem convencional, mas é tudo de uma lógica oriental impressionante.
Os recortes e drapeados lembram brincadeiras de origami – o que na moda masculina é especialmente difícil de propor por absoluta falta de diálogo do público com o diferente.
Por falar em japonismo, o estilista Masanori Morikawa mostra – dessa vez no masculino – como é transcender a semana de moda de Tóquio no seu caminho para a capital francesa. Nada mal para quem teve uma ascensão quase que meteórica ao cume da paisagem da moda japonesa em pouco mais de cinco anos. Ele é um navegador experiente da moda em escala global e vai influenciar muitos outros jovens estilistas por aí, anotem!

Paródia que deu certo
Christian Dada é uma referência a Christian Dior mais o amor do estilista pela anarquia do dadismo. Quando propôs a homenagem, de forma respeitosa, Masanori não imaginava possíveis mal-entendidos judaico-cristãos. E que, por isso, as pessoas poderiam assumir que a marca não era japonesa.
De fato, sua ligação com outras culturas é muito forte. A vivência que teve em Londres foi formativa para seu trabalho. “Eu poderia ir de férias a qualquer lugar, mas Londres era o único lugar em que eu sentia que queria viver. Eu gosto de sua fragilidade e desolação - como o fato de que sempre pode chover a qualquer momento.”
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